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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Silence

Which words can mostly hurt?
The ones were never said
Or the ones you once heard

I barely know what my poor soul denies
The demons from whom somewhere I hide
This distant past, should I really mind?

Exhale from closed lips some sort of lies
From this insane forced silence
That must I enjoy all my life

Is it a way of letting it to die?
Would I bet it as dirty excuse
To keep it alive...





quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Minha resposta ao tempo e à memória







Palavras, músicas, cheiros, lembranças...
Sentir como ontem...
Por que existes memória?
Ou por que resistes?
Contra o cair da areia?
Contra o mudar de ventos?

Chamo-te levada criança
És inocente
Não diferes o que é de ficar
E o que é de esquecer
Porque querer esquecer é lembrar
E lembrar é permanecer

Aguardas um fechar de olhos
Um desatento minuto
Para assim leviana revelar
Deixas o vazio e partes
O que és não existe mais!
Ou o oposto será?

Se te conservas firme
E demoras a ir
Para vez em quando retornar
Digo-lhe que jamais fostes
Resides na saudade
Do que preso no tempo está

Contudo não és de toda má
Reviver na lembrança
Um Sorriso ou uma lágrima
Sentidos de um sentir
Que tua repentina presença
Invariavelmente a nós nos traz





#Ao meu irmão que era tão comigo...
E a tudo que saudosistas nos deixa...








sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mais um da guerreira

OPINIÃO
Exu não pode?
STELA GUEDES CAPUTO

"Recentemente, um jornal carioca destacou o caso da professora proibida de usar o livro "Lendas de Exu" em uma escola municipal. A professora é umbandista e a diretora da escola é evangélica. É cada vez mais comum que professores e alunos de candomblé ou umbanda sejam discriminados nas escolas. A pergunta é: por que Jesus pode estar em um livro para o ensino religioso católico, destinado à rede pública, e Exu não pode? Exu não entra na escola porque este país é racista, e o racismo está presente na escola. Acredito também que atravessamos uma fase de avanço conservador na educação pública. A manutenção da oferta do ensino religioso na Constituição de 88, a aprovação deste como confessional no Rio, os livros didáticos católicos, a Concordata Brasil-Vaticano, são vitórias silenciosas que ampliam e legitimam as circunstâncias necessárias para discriminações como essa.

A mãe-de-santo Beata de Yemanjá diz: "Pensam que o Brasil é uma coisa só e nos discriminam. Isso é racismo." Para o pesquisador Antônio Sérgio Guimarães, o racismo brasileiro é heterofóbico, a negação absoluta das diferenças implicando um ideal, explícito ou não, de homogeneidade (ou uma coisa só, como diz Beata).

Quando uma escola proíbe um livro de lendas africanas ela discrimina culturas afrodescendentes. Exu é negro. Um poderoso e imenso orixá negro. É o orixá mais próximo dos seres humanos porque representa a vontade, o desejo, a sexualidade, a dúvida. Por que esses sentimentos não são bem-vindos na escola? Porque a Igreja católica tratou de associá-lo ao seu diabo e muitas escolas incorporam essa lógica conservadora, moralista e racista. O Exu proibido afirma que este país tem negros com diferentes culturas que, se entendidas como modos de vida, podem incluir diferentes modos de ver, crer, não crer, sentir, entender e explicar a vida. Positivo foi que muitos professores e professoras criticaram o ocorrido, o que mostra que também a escola não é "uma coisa só". É nas suas tensões cotidianas que devemos lutar contra o racismo.

As culturas com suas religiões fazem parte do ensino de História da África. Como é que vai ser? Pais e professores arrancarão as páginas desses livros? Ou eles já serão confeccionados mutilados pelo racismo? Respondo com a saudação ao orixá excluído da escola: Laro oyê Exu! Para que ele traga mais confusão e com ela, o movimento, a comunicação, a transformação onde reina."

Stela Guedes Caputo é professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Meu profundo respeito e meus pedidos por essa guerreira!

"Eu não tenho leucemia. Não peguei piolho. Não passei um produto na cabeça que fez meu cabelo cair. Fui raspada. Eu me iniciei no candomblé por escolha e por amor depois de uma vida dedicada à pesquisa de suas crianças. "Amada no amado transformada", sou candomblecista. Filha, com o coração transbordado em honras, de Daniel ty Yemonjá, do Ilè Asé Omi Laare Ìyá Sagbá, em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Durante mais de 20 anos ouvi essas respostas de crianças e jovens candomblecistas que, ao serem perguntadas do porquê rasparam a cabeça, inventavam e inventam maneiras de menos sofrer. Muitos adultos também precisam ocultar seu amor para permanecerem em empregos ou conquistarem um. Para serem aceitos, às vezes, em sua própria família e até por "amigos". Não significa que sejam pessoas fracas, gostem menos dos Orixás, ou de seus terreiros. O problema não está nelas. O problema está nessa sociedade racista, hipócrita, preconceituosa e nada nada laica. Sonho com um mundo em que um dia todos possam viver e publicizar seu amor, seus modos de acreditar ou não acreditar, seus modos de ser. Sonho e luto por uma sociedade de verdade laica. Por uma escola pública laica e sem Ensino Religioso que aumenta, todos os dias, a discriminação de nossas crianças e jovens de terreiros. (Stela Guedes Caputo - Dofonitinha de Lógunède - professora do Programa de Pós-Graduação em Educação - PROPED/UERJ).Foto: Flávio Mota."


"

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

E que desatina...

Ai Escrever...

Não adianta
Penso que liberto-me de tal fardo
Mas clama minha alma por extrair de mim todo esse não dito
Meu alívio está nas palavras
Ou nem mesmo nelas
E para quê escrevê-las?
Se apenas eu irei quiçá lê-las
Pois não espero jamais que nenhum ser compreenda
Esta enfadonha maneira de repetir-me
Viver sob o jugo do sorriso que finge que sorri
Mas assim é
Assim foi e por muito tem sido
Sou menina de memórias
De perdas
De dor que desatina
Que encolhe
Que afugenta...

Quisera eu razão para explicar
Mas já basta a ferida em si
Em meu peito aperta a tristeza de antes de tudo
Ter perdido a mim...