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sábado, 28 de julho de 2012

Lacuna





AS vezes me pergunto se de fato existe uma razão para essa vida. Para estarmos aqui, para sonharmos nossos sonhos, para criarmos nossos universos. Simplesmente não sei. Busquei em livros, em religiões, em amigos e em inimigos. Não sei.

O que é estar aqui? Do que fazemos parte? O que é nossa responsabilidade e o que precisamos apenas aceitar?
Se se quer sabemos bem onde estamos, ou o que é o lugar onde estamos, como saber todo o resto?
Assim somente, aqui estamos.
Lidar com o ser humano e ser humano.
Viver neste mundo enorme, fazer dele casa.
Ser...

Vejo esse mundo doente. Mas nós também o estamos... E quem primeiro terá adoecido?
Sintomas reconhecíveis, ainda que para muitos inofensivos
Desumanidade
Futilidade
Ganância
Falsidade...

E segue esse mundo
Vazio
Incolor
Vulgar
Mesquinho
Pequeno...

O mundo ou nós?
Quem é o espelho de quem?

Estamos murchando... alguém consegue a isso ver?

Não sei se ainda importa saber quem somos ou éramos... não o somos mais. Quem estamos sendo ou viremos a ser?

Lacuna.
Sua decisão.


terça-feira, 17 de julho de 2012

Rabinho






Olá seu vizinho!
Incomodado comigo?
Falando sozinho
Resmungando, ganindo
Quer chamar um doutor?

Não e saúde, é fossa
Porque nessa joça
Bem tá tu
E eu não tô!

Pois tu tome tento!
Que eu finjo que entendo
Teu mal, tua dor
Já que nesse relento
Melhor que um intento
É fingir sofredor

Num sou fingidor
Só que olho em volta
E me causa revolta
Desse vou e não vou
Que invento, tento
Esforço de dentro
Mas passa o tempo
Nada mudou...

Culpa tua vizinho
Que invés de olhar teu rabinho
Só com o meu
Se preocupou...

Se danou...


segunda-feira, 16 de julho de 2012

talkin' bout a revolution..




Não sei se é efeito de uma manhã cinza e fria.... Ou se a segunda-feira sopra aos ventos seu desânimo e contagia quem inicia o dia com uma leitura de notícias...
"Tem que ser mais que só isso"
"Onde estão os grandes feitos? As boas novas?"

Sei que minha próxima afirmação soará absurda, mas nessas horas entendo a alienação. Sim, para quê saber? Mais válido viver em um mundo de faz de contas, no FakeBook ou qualquer outra rede de contatos que seja. Um personagem, uma história melhorada, uma vida perfeita e feliz à la Dior, Gucci, Prada ou sei lá qual marca. Comparada à quase intragável realidade dos jornais, esse faz de contas se torna mais aceitável,tangível. Como seres humanos nos recusamos a crer que o que lemos seja se quer possível. "Não, nós não somos os algozes lá retratados. Não somos capazes de tamanha crueldade com nossos iguais. Somos seres racionais, providos de raciocínio, inteligência!Criamos, modificamos, alteramos cursos! Não somos apenas animais seguidores desenfreados de instintos!" Tentamos desesperadamente nos convencer que o que está escrito é na verdade uma realidade manipulada,não fiel aos fatos. Sim, possuímos uma mídia manipuladora, e com, de certo ponto, recente união com a imprensa, ficou difícil acreditar na veracidade do que nos é apresentado. Triste seria descobrir que ainda é muito pior do que ali está...
Escolher o não saber já nem pode ser mais tão julgável! Como condenar quem apenas prefere não sofrer por aquilo que ninguém quer mudar? Sofre menos quem menos vê! E entramos nesses ciclos de obediência cega, de inação. E nisso vai o mundo ficando mais feio como um pobre reflexo do que nós mesmos estamos nos tornando. Estamos inertes vendo mil absurdos acontecerem e, de baixos olhos, nos renegamos ao direito do covarde silêncio. Nada muda. A vida vai tomando um contorno plástico, vitrinesco. Um ideal de felicidade consumista,em comprar para aliviar o vazio e individualista no que isso pode ser mais negativo. Um egoísmo seco, sem voz, sem cor, sem sentimento, sem vida...
Que pudéssemos ler amanhã mesmo sobre uma enorme batalha! Não a que pega em armas, mas a que se inicia dentro de quem somos! Que mudássemos nosso eu primeiro! Que recordássemos o amor. O amor sim! Ah como este anda abatido... Que revisássemos o para onde estamos indo e pudéssemos encontrar um melhor caminho, e que nele houvesse um destino,um onde chegar! Estamos tão perdidos! Nosso momento no hoje se afunila em um sem número de tristezas. Quem sabe uma revolução da alma pudesse nos trazer de volta...


"Don't you know?
They're talkin? about a revolution
It sounds like a whisper
Don't you know?
They're talkin? about a revolution
It sounds like a whisper"


"Você não sabe?
Estão falando numa revolução.
Isso soa como uma confidência
Você não sabe?
Estão falando numa revolução
Isso soa como uma confidência"*

Quem sabe...



* Tracy Chapman



sábado, 14 de julho de 2012

Chorando ela está



Hoje a alma do mundo chora
Chora com os filhos da fome
Com os sem rumo nem nome
Que sofrem no corpo a dor do final.
Chora com seus filhos sem sonhos, sem esperanças .
Chora com as crianças sem infância
Por tanta ignorância
Pelos que olham ao lado e ninguém lá está.

Chora a dor de toda perda
Da Vida que foi retirada
Por tudo e por nada
Pela lágrima que corre
Por uma justiça que não vê mais nada.

Chora também pelo que era humano
Mas que se desumanizou
Pelo animal sofrido
Pelo espaço destruído
Por tudo o que somente restou
Pede, clama essa alma
Que voltemos ao início
Que baste, que mude, que pare
E que tenhamos de volta
Alguém que se importe agora
E que ame o amor.
Que retorne a razão para todo sorriso
Pois fora isso
Do que podia ser
Muito pouco de verdade sobrou